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sábado, 25 de maio de 2024

AQUI SE FAZ, AQUI SE RECEBE





Uma mulher muito rica furou o pneu do seu carro importado numa estradinha de barro de uma cidade do interior. Ela ficou sem saber o que fazer, porque a bateria do seu celular havia descarregado e além do mais o chão estava muito enlameado.
Passava por ali um caipira bem pobre, montado em uma mula e se propôs ajudá-la.
Aquele bondoso homem, abaixou-se e trocou o pneu para aquela elegante senhora, saindo todo sujo de lama.
Ela pensativa achava que aquele sujeito pobre, que estava com roupas rasgadas, lhe cobraria o olho da cara, aproveitando-se da situação. Mas não tinha importância, afinal ela tinha muito dinheiro e podia pagar o que fosse cobrado. Naquele momento ela só queria sair daquele lugar.
Ao término do serviço ela perguntou-lhe o preço. Ele disse que não custaria nada, porque à partir do momento que ele oferecera um favor, não poderia cobrar-lo. Disse também que havia sido um prazer em ajudá-la e a aconselhou a sair logo dali, porque já ia escurecer e aquele lugar era perigoso.
A mulher saiu dali boquiaberta, afinal hoje em dia dificilmente acontece uma coisa daquelas. As pessoas querem é passar por cima das outras e tirar proveito de tudo que for possível.
Apesar de ter chovido, estava um dia quente, e ela parou mais adiante num boteco para se refrescar. Pediu uma água mineral, conversou muito com a dona do estabelecimento e lhe contou o ocorrido. Ficou bastante comovida também com história de vida daquela mulher, afinal ela estava grávida, com um filho doente e era muito pobre. Naquele lugar era tudo muito difícil, inclusive maternidade.
A dona do comércio pediu licença, porque seu filho deu um choramingo. Ele encontrava-se deitado em uma esteira no chão de um quartinho ao fundo.
Ao voltar encontrou um embrulho de papel e dentro havia um bilhetinho com uma quantidade grande de dinheiro.
Esse bilhete dizia: Passei a dar mais importância as pessoas fora do meu convívio. E descobri também que existem pessoas abençoadas por Deus, assim como a senhora. O que eu puder fazer, daqui por diante, por pessoas necessitadas, farei. O que aprendi hoje levou cinqüenta anos para acontecer.
Seu marido chegou preocupado, porque a lavoura não estava boa e eles estavam precisando muito de dinheiro. Viu algumas pessoas saindo com bolsas de mantimentos. Olhou para o céu, rezou e falou para sua esposa:
- Graças a Deus!!! Nossa venda aqui está melhorando... Não é mulher?
- Não meu amor! Estou doando mantimentos para pessoas muito necessitadas.
- O que? Vamos ter de fechar o armazém... Porque não temos como pagar nossas dívidas, nosso filho está muito doente e o que vai nascer não tem nenhum enxoval. Seu berço será uma rede ou a própria esteira. Mas se você ajudou pessoas que estavam realmente precisando eu não me importo.
- Vou-lhe explicar: Hoje conheci uma senhora. Ela conversou muito comigo, fez um monte de perguntas e quando foi embora deixou esse bilhete com essa quantia em dinheiro. Meu amor, com esse valor, da pra fazermos o parto e o enxoval do neném. E ainda sobra pra comprarmos o remédio para nosso filho e pagarmos nossas dividas. Estou muito feliz! Ah! Já ia esquecendo, ela disse que furou o pneu do carro a dois quilômetros daqui. Eu só não entendi uma coisa! Ela fez muitas perguntas sobre você:
Como você era, onde trabalhava e até a cor da roupa que você saiu hoje.
Aquele simples, porém, "grande homem", ajoelhou-se ao chão, chorou e agradeceu mais uma vez a Deus, por ter lhe dado tamanha "sabedoria que é a bondade".








segunda-feira, 18 de abril de 2022

QUEM TEM C...TEM MEDO



Um sujeito bem aparentado, de: óculos escuro, relógio, pulseira e cordão de ouro, camisa e calça social, entrou em meu taxi...pediu-me que o levasse a uma sauna. Chegando ao local, disse para esperá-lo, que não iria demorar.
Após meia hora de espera, voltou com um sorriso de orelha a orelha. Perguntei-lhe, se a festa tinha sido boa. Ele balançou a cabeça negativamente, dizendo que não rolou nada com mulheres.
- Ué! Então foi com Homens, isso é sauna gay? - perguntei.
- Está maluco? Eu gosto é de molhar o biscoito, e não, queimar a rosca...
O cara era bastante brincalhão, mas tinha umas brincadeiras sem graça. Me perguntou, se eu também gostava da fruta ou se eu era a própria fruta...
Falei rapidamente que gostava da fruta...
- Então vou te dar uma banana. - disse ele sorrindo.
Meio sem graça, pensei em retrucar, mas preferi ficar calado e não dar muita trela para o sujeito. Depois, curioso que sou, perguntei-lhe:
- Não entendi...você foi num lugar daqueles, demorou meia hora, e não pegou nenhuma mulher?
- Mulheres eu tenho aos montes, é só estalar os dedos, não preciso ir naquele lugar para pegá-las...
O cara também era bastante convencido...
- Bem...então é melhor mudarmos de assunto. Pra onde vamos agora? - perguntei.
- Toca para zona sul...
Chegando ao local destinado, o malandro falou:
- Espera! Vou naquele bingo, ali...
Disse a ele, que bingo estava proibido e aquele era clandestino.
- Você parece meu pai, me dando conselhos. - disse ele.
O tempo passava, nada do cara voltar, acabei dormindo...foi quando, levei uma tapa na cabeça. Era o espertalhão de brincadeirinha comigo....
- Você é abusado, hein! - Eu disse à ele.
Mas dessa vez, ele entrou no carro e ficou meio calado, como o meu maior problema é a tal da curiosidade, perguntei-lhe:
- O que houve, perdeu o dinheiro todo no bingo?
- Toca em frente piloto...e para de fazer pergunta besta.
Voltamos para zona norte, ele pediu-me que parasse em frente a um prédio, então perguntei novamente, se ele iria demorar.
- Acho que não, mas se eu demorar, o taxímetro não está ligado? - falou o malcriado.
Estava ficando preocupado, afinal, se ele tivesse perdido o dinheiro todo no bingo, não iria me pagar...e o valor da corrida já estava bem alto, porque já estava andando com ele havia umas quatro horas.
Levou mais uns vinte minutos, e de repente...veio ele correndo.
- Anda, anda! Sai fora daqui.
- O que houve?
Quando minha curiosidade estava aguçadíssima escutei um enorme barulho e vi que jogaram um vaso de plantas em cima do carro.
Saí dali cantando pneu, sem saber direito o que havia acontecido, mas também muito nervoso pelo susto, perguntei-lhe:
- Quero saber quem vai pagar meu prejuízo?
O cara esbaforido, de tanto correr, só dizia:
- Eu pago, eu pago...
Pegou o celular e começou a fazer várias ligações, pelo visto, sem sucesso.
- Merda, de celular! Quando a gente mais precisa, ele não funciona...
Ofereci o meu...disse-me que não precisava, por que já estávamos chegando.
Entramos num estacionamento...o cara saiu do carro e ainda meio tenso entrou num galpão. Como o de sempre, fiquei no carro a esperá-lo. Logo escutei uns gritos, parecia discussão, quando de repente, vem o cara correndo novamente.
- "Pelamordedeus"...corre, sai fora daqui!
Nessa altura do campeonato, nem tive tempo, de ficar curioso, escutei um monte de tiros. Arranquei com o carro, disse a ele, que achava serem tiros, todo aquele barulho...
- Você ainda acha??? Depois te explico. - disse ele.
- Parei contigo...não vou mais a lugar algum. Faz favor de me pagar. - intimei o sujeito.
- Acelera isso ai! O cara está vindo atrás da gente. Depois conversamos.
- Porra! Você só arruma encrenca...
Corri que nem um louco, ainda mais depois que ele disse aquilo, só que eu olhava pelo retrovisor e não via ninguém.
- Sabe o que eu acho? Você está muito assustado, não tem carro nenhum atrás da gente.
- Não para, não, ele vai me matar. - disse ele quase se borrando.
- Olha aqui, vou parar sim...se vira, me paga logo a corrida, tenho que ir embora.
O falastrão devia estar com a cueca toda suja, de tanto medo e também não tinha dinheiro.
- Vamos voltar pra zona sul, que vou ao meu banco, pegar o dinheiro, fica ao lado daquele Bingo...
- Cara! Você é maior 171...Você vai querer entrar naquele bingo de novo. Nós vamos é para delegacia.
Depois do ocorrido, resolvi ir pra casa, foi quando, deparei-me com a patroa, toda arrumada a minha espera, peguntei-lhe:
- Ué! Vai sair?
- Seu cretino...não vou mais sair, você esqueceu de novo, que havíamos marcado de sair, pra fazermos compras. Olha a hora que você chega. Outra coisa, está sempre dizendo, que está sem dinheiro. E compra um monte de coisas pra você, ou então, anda ganhando presentinho de outra mulher.
Pois é, levei um bronca enorme da mulher, antes, eu tivesse mesmo ido a delegacia com aquele cidadão. Só assim eu não estaria usando alguns de seus pertences, assim como: óculos escuro; relógio; pulseira e cordão de ouro, na qual, tive de tomar dele. Porém, para o meu espanto, no dia seguinte descobri que era tudo falso.

UM DIA PARA NÃO SER LEMBRADO. Comigo no taxi



Sabe aquele dia, que você não pode sair de casa, porque tudo dá errado? É o que vou relatar agora...
Saí de casa com a esposa para fazermos o trajeto rotineiro, que era levá-la ao trabalho, e depois trabalhar com meu taxi, quando, de repente, o pneu furou. Parei num posto de combustível para trocá-lo, o dia estava muito quente, suei demais e embaçou os óculos, foi quando, coloquei-o em cima do carro. 
Depois da troca, saímos apressados, porque minha esposa já estava muito atrasada e então...após: eu avançar um sinal, cair num bueiro sem tampa e quase atropelar uma velhinha... chegamos em frente a firma em que ela trabalhava, e perguntei pelos óculos. 
- Ué!? Você não pegou em cima do carro? - disse ela. 
- Claro que não, pensei que você ia pegá-lo. 
- Porque você não pegou? 
- O óculos é seu, a responsabilidade é sua. 
Ficou naquele jogo de empurra e ainda levei esporro, foi quando, falei que voltaria para procurá-lo. Ela aconselhou-me a não voltar, porque a naquela altura, alguém já havia passado por cima, com o carro. Não sei porque, mas mulher tem um sexto sentido enorme... 
Não acatei e claro...e voltei. Perguntei ao frentistas e ele não viu. Andei pelo posto procurando e nada do óculos. 
Saí com o taxi olhando para o chão pela rua com a esperança de achá-lo, quando entrei numa rua a direita. Escutei um apito e olhei pelo retrovisor, era um guarda de trânsito gesticulando. 
Eu tinha entrado na contramão, que até o dia anterior, não era contramão...como vinha um ônibus, entrei na primeira rua a direita, para não continuar na infração. Parei o carro e fui conversar com o policial...de cara, levei uma tremenda bronca. Contei para ele tudo que se passara...claro, ele não acreditou. Olhou rindo para um camelô e disse: 
- O que as pessoas não inventam para se livrarem de multas? 
- Puxa, seu guarda! Eu não sabia mesmo da inversão dessa mão.. 
- Será que não dá para quebrar o galho e não me multar? Tô cheio de pontos na carteira e isso vai me prejudicar. 
Ele me deu um susto: 
- Não vai dar. Não foi uma multa só, foram duas. Esta rua que você dobrou a direita, também é contramão... mas a gente pode conversar. Tava na cara, que ele queria propina, fiquei sem saber o que dizer...Se eu falo em dinheiro e ele não fosse corrupto? Eu iria preso, né!? 
Não perdemos muito tempo, porque ele antecipou-se, e falou para eu dar uma "doação" de duzentos reais. Sou contra a corrupção, mas naquele momento, se não chegasse a um acordo, eu ficaria muito prejudicado. 
Tentei baixar aquele valor e falei: 
- Esse valor está muito alto, ainda não peguei nenhum passageiro. Eu só tenho trinta reais... 
- Você está maluco! Ainda tenho que dividir com um batalhão inteiro...- disse ele. 
Me falou também que cem reais dava pra fechar e ainda ficou com raiva de mim, quando perguntei, que garantia eu teria... e se a multa chegasse? 
- Você está desconfiando de uma autoridade? - disse ele. 
- Claro que não Doutor, jamais "desconfiaria" do senhor... 
Tive de ir ao banco para tirar dinheiro. A minha conta estava negativa, entrei no cheque especial, mas o que eu poderia fazer??? Não tinha outro jeito... Foi então que voltei ao local para concretizarmos o negócio e para o meu espanto, o oficial apertou minha mão, disse-me que poderia contar com ele pra qualquer coisa, e que estaria sempre por ali. O que o dinheiro não faz? Fiquei “amigo” do cara... 
Após isso, resolvi ir para casa, já estava desanimado, fiquei muito tempo parado e com medo que acontecesse mais algum imprevisto. Até porque já havia: furado pneu, perdido os óculos, avançado o sinal, caído no bueiro, quase atropelado uma velha, entrado na contramão, sido achacado pelo guarda e, ainda teria que pagar juros bancários. Mas tudo bem, como diz o ditado...dos males o menor. Meu amigo foi bonzinho. Imagina, se além das multas, por eu ter entrado nas ruas de contramão...ele ainda quisesse me multar por andar sem os óculos???

sexta-feira, 15 de abril de 2022

COMER DEMAIS, DÁ NISSO...



Aristeu era um cara muito comilão. Olhava a geladeira a todo instante, tinha uma enorme ânsia de comer. Vivia passando mal. 
- Estou com uma azia danada. Gertrudes faz um favor, vai à farmácia e compra um antiácido...Estou que nem um Dragão, cuspindo fogo...

- Você come muito, homem...olha tua barriga, está enorme. Depois da feijoada do almoço, você já comeu um monte de coisas, já lanchou umas dez vezes.

- Pára de falar mulher, e vai logo...
A esposa de Aristeu antes de sair disse-lhe que demoraria um pouco porque iria passar na padaria e também fazer umas comprinhas.
- Então pega mais dinheiro e compra uns dez pãezinhos, trezentos gramas de mortadela e meia dúzia de latinhas de cerveja...
- Vai, Esganado! O peixe morre pela boca.
A mulher saiu e Aristeu entrou ou quase entrou pela geladeira adentro. Comeu tudo que tinha direito. O Glutão ficava tão fissurado por comida, que falava sozinho:
- Acho que se eu comer esse pudinzinho aqui não tem problema, até porque leva leite e deve ser bom para o estomago. Hum...esse sorvetinho aqui também é muito bom. Mas vou provar também essa gelatina.
Quando sua esposa chegou, o encontrou dormindo no chão ao lado do cachorro Astolfo. Dormia que nem um anjo, mas roncava que nem um porco. Astolfo acordou com a chegada da sua dona, fez aquela festa costumeira, voltou para onde estava e lambeu o rosto de seu dono. Parecia querer acordá-lo.
- Pára com isso, cachorro, deixe-o dormir. Pelo menos enquanto dorme, ele não come e não tem azia.
Gertrudes passou bem devagar por cima de Aristeu e foi em direção a geladeira tomar um copo de água, quando foi seu espanto.
- Aiii, pelamordedeus! O danado comeu a sobremesa toda. E eu ainda sou burra de comprar remédio para ele.
Com o grito da mulher, o lambão, acordou gemendo.
- Hum, hum, ai...além de azia, estou com muita dor no estômago. Gertruuudes eu vou morrer...Cadê o remédio, Gertrudes?
- Escute aqui, seu safado, você comeu a sobremesa toda que fiz para o almoço de amanhã. Sendo assim, vai ficar sem o remédio... Não dou, não dou e não dou...
- Gertruuudes eu vou morrer! Não faz isso comigo, não, meu amor...para com isso. Me dê o remédio.
Gertrudes ficou muito chateada porque ira ter a visita de sua mãe no dia seguinte. Então teve de refazer tudo, e o pior, teve de comprar todos os ingredientes novamente.
- Seu Manuel me vê essa lista de compras aqui e põe na conta de Aristeu. Ele que vai pagar...
- A senhora já não tinha comprado isso tudo ontem?
- Foi bom o senhor me lembrar, faltou o laxante...vou à farmácia.
- Mas não foi isso que perguntei.
- Deixa pra lá seu Manuel.
No dia seguinte com a chegada da mãe, foi aquela festa... Gertrudes a agarrou e a beijou, Astolfo sacudia o cotó e pulava em seu colo e Aristeu não apareceu.
- Estou sentindo falta de alguém...Cadê meu genrinho querido? Eu trouxe uma caixa de bombons pra ele.
- Mamãe seu queridinho hoje não acordou bem. Acho que não vai querer seus bombons, não.
Conversaram, almoçaram e nada do Aristeu aparecer.
- Filha estou preocupada... O Aristeu sem fome, nem apareceu pra me dar um beijo. Será que ele está passando mal?
- Deixa ele, mamãe, vai ficar bem.
Quando de repente surge um grito horrível lá de dentro.
- Gertruuudes acabou o papel...


segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

FESTA INESQUECÍVEL - "Humor"



 Como sempre, Aristeu e Gertrudes chegaram a uma festa com duas horas de atraso.
- Olá! Pensei que vocês não vinham mais. O que houve amiga, está com uma cara? - perguntou a anfitriã.
- Nada não, mulheres são todas iguais. - Disse Aristeu, já procurando um garçom.
- Esse homem é muito enrolado...avançou o sinal e foi parado pelo guarda.
- Olha...deixe-me apresentar-lhes os meus convidados.
Havia um casal com duas filhas adolescentes muito bonitas. O marido aparentava ser bem mais velho do que a esposa, apesar de ela também não ser muito nova, mas era muito bonita. Eram vizinhos da dona da festa. O homem logo começou a puxar assunto e ficaram todos ali fora mesmo perto da churrasqueira.
Passado alguns minutos a dona da casa foi até eles e arrastou Gertrudes e a esposa do vizinho. Disse a elas que havia chegado outras amigas e queria lhes apresentar. As meninas também encontraram algumas colegas e se afastaram.
Os dois ficaram a sós batendo papo e tomando cerveja durante um bom tempo. Até que Aristeu ficou com vontade de ir ao banheiro.
- Amigo você que é vizinho, onde fica o banheiro?
- Ah, sim...vou levá-lo, fica dentro da casa.
- Imagina... Não precisa. 
Após entrarem na casa.
- É aquela porta a direita no final do corredor. - Disse o homem.
Aristeu agradeceu e entrou, quando ia fechando a porta o cara pediu licença e entrou também.
- Vou urinar no boxe mesmo. – Disse o sujeito sorrindo e olhando-o de cima em baixo.
Aristeu achou aquilo muito estranho, afinal, ali não era banheiro público. Dois homens juntos, num banheiro pequeno de uma casa de família, não é normal. E se alguém ver a gente saindo juntos daqui, o que vão achar? Pensava ele.
Acabaram e por sorte ninguém os viu saindo... Então, voltaram para o mesmo lugar e continuaram a beber. O cara começou se soltar e passou a contar umas piadinhas sem graça. O pior que quanto mais bebia, as piadas ficavam mais pesadas e picantes. O sujeito quanto mais ria, mais alisava os braços e as costas do Aristeu. Ele até pensou que sua braguilha estivesse aberta, porque o homem não tirava os olhos de suas partes íntimas. Esse cara é muito brincalhão...pensava ele, até então, sem maldar.
- Você é hilário. Em casa você também é assim? - Perguntou Aristeu.
- Mais ou menos. Em casa sou mais fechado, tento manter o respeito...
Ficaram de papo por mais algum tempo e nada da Gertrudes voltar. Nessa altura ele já estava achando melhor ficar perto dela, porque, o sujeito estava cada vez mais assanhado. Aristeu já estava ficando desconfiado achando que aquela “Coca era Fanta” ou que aquele “Pitbul era Lassie”. Com a demora de sua esposa e muita cerveja na ideia, Aristeu ficou apertado de novo e resolveu ir ao banheiro novamente, só que já sabia o caminho e não precisava mais de ajuda. Pediu licença e foi sozinho, quando ia fechar a porta, sentiu um vulto por trás. Ao olhar, era o cara de novo que entrou junto forçando uma barra.
- Pô! O que você quer aqui? Pega mal dois homens juntos num banheiro apertado. - Disse ele assustado.
Então o homem falou:
- Você é um gato, sabia? Mas que peito cabeludo, eu adoro!
- Sai fora, cara! Está maluco?
- Estou maluco por você.
Aristeu falou que gostava mesmo de mulher, e nem conseguiu urinar direito. Teve de guardar rapidamente porque o Baitola queria lhe patolar.
- É bem grande, hein! Deixa eu pegar?
Teve de recolher a criança rapidamente, molhando sua calça.
- Olha aqui, se você me tocar irei meter a mão na sua cara, hein! E espia só, por causa dessa palhaçada molhei a calça toda.
Apesar do "homem" ter levantado: sua moral; sua autoestima e massageado seu ego, Aristeu sabia que o cara havia mentido, por ter dito que seu bilau era grande. Mulher que é bom nunca elogiou. Pensava ele.
Saiu rapidamente dali e deu uma topada no degrau da varanda, coitado, falou um tremendo palavrão. Foi quando sua querida esposa apareceu.
- O que houve, está nervoso, o que estava fazendo dentro da casa?
- Ah! O que, você viu? - Perguntou Aristeu, achando que ela havia visto eles saírem juntos do banheiro. Então, abriu o bico:
- Aquele cara quanto mais bebe mais boiola fica...
- Do que está falando? - Perguntou Gertrudes inocentemente.
- Quase fui estuprado, esse cara é tarado!
- Em casa conversamos melhor, mas não sai de perto de mim hein! - Disse ele, muito assustado.
Não saiu mais de perto da esposa, ficando no meio da mulherada. 
Então a esposa do "homem" me peguntou:
- O que houve, não vai mais fazer companhia para o meu marido? Ele adora falar de futebol.
- Eu não gosto de futebol...
Na volta, dentro do carro, Gertrudes, perguntou ao marido o motivo do afastamento dele em relação ao sujeito. E qual o motivo dele ter dito que não gostava de futebol, se ele adorava futebol?
- Já sei, vocês discutiram, ele não torce pelo mesmo time que você...
- Não discutimos e nem conversamos sobre futebol, nem sei qual é o time que ele torce. Só sei que ele gosta de agarrar e brincar com bolas, pode jogar no time das frangas...