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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A FARMÁCIA/BOTECO DO SEU JOAQUIM




O boteco do Seu Joaquim era bem incrementado, tinha de tudo, desde farinha até melado. Mas o forte daquele barzinho era mesmo a "farmácia" de bebidas.

- Sr. Joaquim fiquei com uma diarreia que está um horror.
- Tome uma genebra, meu bom Senhor.
- Seu Joaquim, por favor, eu queria aquele remédio para resfriado.
- É comigo mesmo, vou fazer um coquetel e logo ficarás curado.
- Por favor, Seu Joaquim, eu queria aquele remedinho que tomei da outra vez para dor de cabeça.
- Amigo, não enlouqueça! Eu agora tenho um a base de ervas... O nome é "paratudo"... É só acrescentar uma cachacinha e não doerá mais sua cabecinha.
O Seu Joaquim tinha tudo que era "remédio": licor de menta para rouquidão; licor de mel para expectorar; jurubeba para o fígado; etc, etc, etc...
No outro dia apareceu um "Freguês-Cliente" desesperado:
- Boa noite! Seu Joaquim preciso lhe falar a sós.
- Pois não, Amigo, está com algum problema?
- Sim, eu pifei...
- Pifou??? Como, você desmaiou? Ah, eu tenho um reméd...
- NÃO! Não é nada disso seu Joaquim.... Eu pifei na cama com a minha amada.
- Por que, não disse logo, Homem? Tome uma catuaba.
Aquela situação estava ficando séria porque a "Pinguçada-cliente" acreditava mesmo nos "milagres" de seu Joaquim" e sua esposa também já estava ficando preocupada:
- Joaquim eu já falei para você parar com isso. Um dia terá problema, você não é médico...
- Que problema, Mulher?! Eu dou a eles, o que eles mais querem, que é a bebida.
- Desculpe-me atrapalhar o papo... Seu Joaquim estou enjoado e com uma ressaca sem fim. Eu estou pensando em tomar uma água tônica.
- Água tônica? Você está maluco!? Não fique assim, não sabe que pra curar ressaca tem que tomar outra para rebater? Vou abrir uma cervejinha para o Senhor.
Certo dia a “farmácia-boteco” do seu Joaquim não abriu e alguns fregueses, foram ao bar do concorrente e comentaram:
- O boteco do seu Joaquim não abriu hoje. O que será que aconteceu?
- Escutei falar que ele passou mal e foi ao médico.
- Logo hoje que minha pressão caiu... Eu queria que ele me indicasse um remedinho daqueles.
- Vocês não estão vendo que esse cara é um Charlatão? É por isso que vocês quase não vêm aqui, não é mesmo? Se ele passou mal, por que, não tomou dos seus próprios remédios? - Falou o concorrente, dono do outro bar.
- É mesmo, noutro dia ele me disse para tomar catuaba e que minha esposa iria ficar encantada. Me deu foi uma dor de barriga danada. - Disse um Freguês
- Ah, ele me paga. - Disse outro.
No dia seguinte bem cedo, antes de seu Joaquim abrir o bar, todos os fregueses já o esperavam ao lado de fora. Dona Carmelita, que era muito desconfiada, comentou:
- Sei não, Homem, olhei pelo basculante e os Fregueses já estão todos esperando o boteco abrir. Nunca aconteceu isso.
- Mulher! Esqueceu que não abrimos o boteco ontem? Estão todos sedentos.
Ao abrir, os Fregueses entraram vagarosamente e começaram a fazer-lhe perguntas, do tipo:
- Por que o Senhor não abriu ontem, seu Joaquim?
- Passei mal, Homem!
- E por que, o Senhor não abriu?
- Ué, já não falei? Passei mal.
- O que o Senhor teve?
- Ah, rapaz, fiquei desarranjado, enjoado e...
- Por que o senhor não tomou dos seus próprios remédios?
- Eu não bebo.
- O que?! Pra gente o Senhor diz que é remédio, mas para o Senhor é bebida. Vamos pegá-lo, pessoal.
Coitado do seu Joaquim, depois que a cobra fumou, o gato berrou e a casa caiu, ele ainda teve de provar do seu próprio remédio. Enfiaram-lhe pela goela adentro todos os tipos de “remédios” que ele os tinha.
Passado uma semana, o bar do concorrente encontrava-se cheio. O dono, curioso, perguntou para um freguês:
- Depois daquele dia que conversamos, o Senhor Joaquim não abriu mais o boteco, o que vocês aprontaram com ele?
- Esquenta não, moço... Ele deve estar até hoje de ressaca.
- Ressaca? Mas ele não bebe e ressaca não leva uma semana. 
Eu não sei o que ele tem, mas me falaram que ele está muito rebelde, não quer tomar remédio de jeito nenhum e está surtando. Dizem, que noutro dia, ele até vomitou quando a Dona Carmelita deu-lhe um remédio líquido, ele achou que era bebida. 





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