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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

A PERMUTA INFUNDADA - "Humor"


Em uma cidadezinha do interior havia um Caboclo que tinha uma esposa muito bonita. Parecia uma índia, morena de cabelos longos. Aquele homem não dava muito valor para aquela linda mulher e comentava com seus amigos:
- Estou cheio dessa mulher, só me trás problemas e despesas. Um dia eu a troco.
A cidade inteira olhava quando ela passava, ninguém entendia tamanha reclamação daquele homem em relação a sua esposa. Ao mesmo tempo não acreditavam no que ele dizia em relação a trocá-la. Ficavam admirados pelo fato e muitos até sonhavam:
- Eu a troco por um cavalo de raça pura. – dizia o dono do bar.
- Já que ele não quer, eu quero. Por que ele não larga logo do pé dela? – dizia o padeiro.
- Ah se minha mulher fosse assim. – falava o barbeiro.
- Eu a troco pela minha e ainda dou uma volta. – dizia um mecânico, que se metia em baixo do carro para ter uma visão melhor ao vê-la passar.
Todos escutavam o Caboclo e não falavam nada, não acreditavam.
Até que chegou um Caipirinha na cidade montado numa mula e escutou o comentário. Parou o primeiro transeunte e lhe perguntou:
- Seu moço! “Cu” “me” que faço pra “cunhece” o “omê” "qui" "qué" troca a "muié"? Me “presenta” “iele”... "tô” “tão precisado” de “rumá” uma “muié”.
Com isso, começou outros comentários e as pessoas queriam saber o motivo do caipira querer conhecer o Caboclo. 
- Por que o Caipira quer conhecer o homem?
- Ele falou que quer arrumar uma mulher.
- Acho que ele não bate bem da ideia, não.
- Será que esse, Capiau, vai querer dar em cima dela?
- Claro que não...O cara, com esse jeito de Matuto, não vai arrumar nada com aquele mulherão. - e riam pra valer
O Caipira tanto fez que conseguiu conhecer o Caboclo, chegando em sua casa, disse:
- “Prazê”...meu nome é, “Zé do Gado”, e vim aqui pra nós “tratá” de “negórcio”.
- Será um prazer, entre...Mas que tipo de negócio o senhor quer me propor?
- Eu sei que o “sinhô” gosta “mutio” de gado e eu tenho umas vaquinhas lá pra nós “fazê” “negórcio”...
- Mas que negócio o senhor quer fazer? No momento eu estou sem dinheiro e não estou podendo comprar...
- Não “prercisa” de dinheiro, não “sinhô”. O “sinhô” tem uma coisa que “mutio” me “intererssa”.
- Não estou entendendo... bem, então, faça-me a proposta.
- Oia... vai ser um “negorção” “pro” “sinhô”.
- Fala logo, homem!
- “Ta” “bão”, vou direto ao arssunto. Sem eu “vê” sua “muié”, eu “lhê” “dô” duas vaquinhas por ela...
- O senhor está maluco? Duas vacas pela minha mulher?!
- “Ta” bão...“sem mais” e “sem menos”, hein! Vou “lhe” dá as duas vaquinhas e mais a minha mula de “estimarção”. Fechado?
Na cidade estavam todos apreensivos, já havia até gente apostando. Uns achavam que o caipira iria aparecer todo quebrado de tanto apanhar. Outros achavam que depois de muitos anos, iriam ter um cortejo fúnebre. E ninguém achava que ele fosse aparecer com aquela Beldade.
Quando, de repente, parece, Zé do Gado, esbaforido de tanto andar acompanhado daquela “Potrancona”. Entrou no bar e pediu algo para beber.
- O “sinhô” me “dar” uma pinga e “sirlva” alguma coisa pra ela. “Andamo” mutio...“tô” triste “porlque” perdi minha mula na troca.
O Caipirinha malandro do jeito que era não deu muitos detalhes.
O dono do bar, por sua vez, espalhou aquela noticia, e então, a cidade ficou um alvoroço. Vieram novos comentários:
- O que? Se eu sei disso antes. Tenho três mulas que não me servem pra nada. Só querem saber de comer. – disse o padeiro.
- E eu se soubesse antes cortava o cabelo dele por um ano. – disse o barbeiro.
- Eu mantinha a minha proposta. – disse o mecânico, triste da vida.
De repente aparece, “Carola”, o travesti da cidade, cheio de ciúmes e diz:
- Seus, Bofes, vocês são todos uns jumentos! O homem, todos os dias, falava que queria trocar a mulher e vocês não acreditaram. Nunca chegaram a ele para lhe fazer uma proposta. Agora ficam chorando pelos cantos. Eu quero lhes dizer, que aceito a proposta de vocês...



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