Era uma noite de sábado, quando, Aristeu e sua esposa, arrumavam-se para uma festa.
- Gertrudes cadê minhas meias?
- Estão em cima da cama.
- Gertrudes você viu meu cinto?
- Está no mesmo lugar de sempre, pendurado ao lado de suas calças.
- Gertrudes cadê o meu perfume?
- Se for aquele que você comprou no mercado, eu usei no Astolfo. Era muito ruim...
- Gertrudes você usou meu perfume no cachorro?!
- Gertruuudes nenhuma calça cabe mais em mim.
- Posso me arrumar? Você não pára de me chamar à todo o momento...e suas calças não cabem porque você também não pára de comer...já lhe falei, faz uma dieta.
- Gertrudes não precisa falar isso à todo instante. Você iria gostar se eu ficasse falando do teu cigarro à todo momento?
- Ta bom, então vai de bermuda...aquela que mamãe te deu, porque, também deve ser a única que cabe em você.
- Eu gosto muito de sua mãe, mas precisava me dar uma bermuda daquele tamanho? Assim ela está me chamando de gordo. A propósito, você podia apertar ela um pouquinho, e fazer a bainha também?
- Claro que não. Já viu a hora?
E assim foram eles para a festa, Gertrudes toda arrumada e cheirosa, e Aristeu de: sapato preto, meia social preta, blusão e um bermudão que além de largo, era comprido, passava do joelho, parecia um "rolha de poço".
- Pelo menos tem uma vantagem, dá pra trazer bastantes docinhos nesses bolsos. – disse ele.
- Não vai me fazer vexame, hein!
Após pegarem o ônibus, Aristeu, ficou entalado na roleta e aprontou o maior barraco. Disse que as roletas são muito apertadas e que eles não tem consideração com o passageiro. Enfim, chegaram ao local da festa.
- Comigo acontece de tudo...só falta agora chegarmos à festa e não ter comida e nem bebida.
Chegando ao salão, Aristeu procurou logo um lugar estratégico:
- Aqui está mais fresco, está correndo uma brisa.
- Você escolheu aqui porque está perto da cozinha, isso sim. Eu te conheço, meu bujãozinho!
- Que nada, mulher...escuta, me empresta um trocado, aí.
- Pra que você precisa de dinheiro em uma festa?
- De repente não vem comida nem bebida, vou ter que ir lá fora tomar uma cerveja, aproveito e compro teu cigarro.
- Sei não, hein! Você está aprontando alguma... Na verdade Aristeu queria dinheiro para corromper os garçôes a passarem primeiramente por eles.
Ficaram bastante tempo na festa, conversaram com alguns amigos, comeram e beberam muito e à todo instante o garçom trazia salgadinhos e bebidas.
- E você estava com medo de não ter comida...que festa boa. Estou satisfeita, não aguento mais comer. Eu só não entendo porque minhas amigas estavam reclamando tanto, dizendo que não comeram direito.
- É mulher, elas não tem o Aristeu. - disse ele.
- Não entendi, o quê tem a ver minhas amigas não comerem direito com você? - perguntou Gertrudes.
- Deixa pra lá...
- A propósito, acho que o garçom é gay, toda hora que passa pisca pra você. Por isso que ele não sai daqui. Gostou de você. Vai dizer que não notou??? - disse ela.
- Gertrudes esquece isso, para com isso...
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